Facetas de Johnny Depp: Hollywood Vampires

Por Marcella Matos

Não é novidade para ninguém que o Multifacetado – ou diria multi-atarefado? – Johnny Depp é apreciador nato do velho e bom rock. Sua roda de amigos é composta por um time de primeira de astros do rock, e não é de se admirar que um dia todos se reunissem para formar uma banda: Hollywood Vampires.

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 Inicialmente o Hollywood Vampires era um clube de bebedeira, composto predominantemente de astros do rock que se reuniam em um bar de Los Angeles, o Rainbow Bar e Grill, com o intuito de beber (claro!) e trocar ideias… Como passavam longas horas da noite jogando conversa fora no recinto (na verdade só saíam de lá ao amanhecer!) apelidaram  o lugar de Lair of the Hollywood Vampires.

Placa do Clube

O fundador da confraria é ninguém menos que o pai do Shock Rock: Alice Cooper, que descreve o grupo: “Nós tínhamos uma espécie de clube, uma confraria de amigos que se encontravam para beber juntos. Todas as noites, e eu reitero, TODAS as noites nós acabávamos no Rainbow, famoso bar roqueiro de Los Angeles, bebendo até o sol nascer. Por isso acabaram nos chamando de vampiros. A única diferença era que bebíamos álcool, não sangue.”

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O Clube era composto por personalidades como John Lennon, Keith Moon (The Who), Ringo Star, Micky Dolenz (The Monkees), Jimi Hendrix, Marc Bolan (T. Rex), Harry Nilsson (cantor e compositor) dentre outros…

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Ringo, John, Keith, Marc, Micky e Jimi: Hollywood Vampires

Com o passar dos anos as reuniões foram crescendo e adquirindo novos membros: “Para se juntar ao clube, o candidato tinha que simplesmente oferecer um drink a todos os membros“, conta Alice Cooper. O Lair Of The Hollywood Vampires chegou a ter sedes ou filiais em outros países.

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Uma das reuniões do Hollywood Vampires

Entretanto, o Hollywood Vampires (clube) apenas se tornaria uma banda  40 anos após sua fundação: Joe Perry (Aerosmith), Duff Mckagan e Matt Sorum (Guns ´Roses) – ambos tocam com a banda ao vivo, entretanto não participaram da gravação do disco – completam a  formação do supergrupo de rock.

O disco de estreia da banda, “Hollywood Vampires” (2015), é composto por covers dos atuais e antigos integrantes do clube (Exceto a música Raise the Dead), e conta com a participação de grandes nomes. Foram reunidos em estúdio lendas como: Paul McCartney, Brian Johnson (AC/DC), Zak Starkey (Oasis e filho de Ringo Star), Slash, Dave Grohl (Foo Fighters), Joe Walsh (The Eagles), Robby Krieger (The Doors), Bob Ezrin (músico e produtor de clássicos como: The Wall (Pink Floyd), Destroyer (Kiss), School´s Out (Alice Cooper) e  Christopher Lee (ator e cantor já falecido, conhecido por interpretar Drácula no cinema. No disco, Lee narra um trecho do livro Drácula, de Bram Stoker).

hollywoodSobre o time que participa do disco, Alice resume: “Conseguimos um grupo de músicos bem impressionante, você viu?”

Johnny Depp e companhia se apresentaram no Rock in Rio (2015) para um público que  esperava ansiosamente vê-los tocar ao vivo; afinal de contas o Hollywood Vampires tinha se apresentado apenas em Los Angeles e para um público bem pequeno. Bem a vontade no palco mundo, Depp mostrou ser um guitarrista habilidoso,  se arriscando em alguns solos; A banda fez bonito para os presentes da noite,  apresentando um dos mais animados shows do festival.

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Depp tocando com Joe Perry no Rock in Rio 2015

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Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, e um dos convidados da noite, se surpreendeu com a performance do ator, ainda durante os ensaios: “Fiquei surpreso, ele toca bem. Parece que antes de ser ator ele tinha uma banda, e tem um grande conhecimento musical. Fora que é gente fina demais, falou com todo mundo, foi super simpático e ainda ficou imitando o Jack Sparrow para a minha filha, Guilia”, disse em entrevista a Folha de São Paulo. Andreas tocou “School Out” (Alice Cooper) e Another Brick in the Wall parte 2 (Pink Floyd).

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Alice Copper não economiza elogios ao amigo de banda: “Ele é um excelente guitarrista! Era músico antes de ser ator, sabe tocar qualquer canção de rock. Outro dia fomos ao 100 Club, em Londres, e subimos ao palco. Lá, as pessoas berram os nomes das músicas e você tem que se virar e tocar. Johnny tirou de letra: alguém berrava “Brown sugar”, e ele começava a música. A banda ia atrás”. Conta o vocalista em entrevista ao jornal O Globo.

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Este post não termina por aqui… O que fazia Johnny Depp antes de se tornar ator? Abordaremos minuciosamente este assunto nas próximas postagens. Aguardem.

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Mestres do rock nacional: Paralamas do Sucesso

Por Marcella Matos

Esta postagem será a primeira de muitas que virão; afinal de contas são muitos nomes que colaboraram para o cenário do rock nacional, principalmente na década de 80, período de expansão do gênero em terras tupiniquins, por ora impulsionado pelo quadro político da época, afinal de contas o Brasil caminhava para a tão aguardada democracia que viria nos próximos anos.

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Foi a partir do primeiro Rock in Rio que o Brasil passou a ser circuito de grandes eventos internacionais; bandas como Scorpions, Queen, Iron Maiden, Whitesnake, e  outros grandes nomes tocaram neste evento nacional de grande magnitude para época. Os meios de comunicação passaram a dar mais espaço e atenção para bandas nacionais de rock a partir de então.

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Para esta singela primeira homenagem escolhi os Paralamas do Sucesso por se tratar de uma banda ainda na ativa, e de grande importância na música brasileira. Referência musical, é possuidora de belíssimas composições que marcaram uma geração de jovens sedentos por liberdade de expressão.

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Amigos de infância em Brasília, Hebert Vianna e Bi Ribeiro formaram os Paralamas em meados de 1977, ambos já residindo na cidade do Rio de Janeiro. A cena, até então dominada pelas bandas cariocas, passou a ter presença constante do “pessoal da capital”. João Barone entraria na banda cinco anos mais tarde, substituindo o então baterista, Vital Dias, em uma apresentação.

A partir do sucesso gerado pela música “Vital e sua moto”, surge o convite para a gravação do primeiro disco, intitulado Cinema Mudo.

 

 

Após o lançamento do segundo álbum, O Passo do Lui (1984), disco repleto de sucessos como: Me Liga, Meu Erro, Óculos… Herbert e companhia se apresentaram no primeiro Rock in Rio (1985), conquistando a simpatia do público com uma sonoridade bem única para as bandas nacionais da época, afinal de contas eles mesclavam o   rock e o pop tradicional com elementos da música caribenha e jamaicana,  introduzindo instrumentos da família dos metais.

Data da foto: 1985ApresentaÁ„o do "Paralamas do Sucesso" no Rock In Rio.

O show deles foi considerado um dos melhores do festival.

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Com o disco Selvagem? Os Paralamas atingem a vendagem de 700.000 mil cópias, alcançando o topo das paradas com as músicas “Alagados” e “A Novidade” – Esta última em parceria com Gilberto Gil. A partir de então alcançaram plateias cada vez maiores ao redor do mundo.

 

Voz ativa de sua geração, Os Paralamas lançaram “Bora Bora”, disco de 1988, composta por faixas de cunho político e social; lembrando que o país na época passava por profundas transformações com o fim da ditadura militar, e a chegada da tão aguardada democracia. Logo em seguida viria Big-Bang (1989), disco repleto de canções sobre relacionamentos; a inspiração era a fim do namoro de Herbert Viana com Paula Toller, vocalista do Kid Abelha. 

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“Os Grãos”, disco de 1991, e “Severino”, de 1994, obtiveram críticas negativas por parte da impressa; o disco também não foi bem recebido pela maioria dos fãs, que estranharam a sonoridade alcançada pela banda, aberta a experimentações musicais; houve a inclusão de teclados, programações eletrônicas e samples.  Enquanto que no Brasil os discos não foram bem recebidos, na Argentina Os Palamas do Sucesso simplesmente estouraram. Briam May, guitarrista do Queen, participou da faixa “El Vampiro Bajo El Sol” , uma das faixas do disco“Severino”.

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Com o disco  ao vivo “Vamo Batê Lata” que era acompanhado de um EP com quatro faixas inéditas, dentre elas “Uma brasileira e saber Amar”, Os Paralamas retornaram novamente ao centro das atenções; este disco vendeu nada menos do que 900 mil cópias – maior vendagem da banda.

Acústico MTV Paralamas do Sucesso, lançado em 1999, contou com faixas menos conhecidas – o famoso lado b – e teve como convidado Dado Villa-Lobos (Legão Urbana).

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O trágico acidente de ultraleve que marcaria para sempre a vida de Herbert Viana ocorreu em fevereiro de 2001; A banda já tinha composto, antes do acidente, músicas para o próximo disco, “Longo caminho”, que soaria mais pesado, cru e direto; Entretanto, o álbum só  viria a ser  lançado em 2002.

Após sua recuperação, Herbert e companhia gravam o CD e DVD “Uns Dias” com a participação de muitos amigos, entre eles Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura.

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 Ainda caminhando nesta sonoridade mais direta e sem firulas, “Hoje” (2005) contou novamente com o auxílio de Andreas Kisser, na faixa “Ponto de Vista”.

 

Para comemorar a longa jornada de 25 anos de estrada, a banda se juntou aos Titãs numa série de shows que resultaria na gravação do CD e DVD Paralamas e Titãs: Juntos e Ao Vivo (2008)

 

Brasil Afora (2009), que contou com a participação de Carlinhos Brown e Zé Ramalho, proporcionou aos Paralamas a gravação do DVD Multishow Ao Vivo Brasil Afora, gravado no espaço Tom Jobim, no Rio e Janeiro, em 2010. Pitty canta na faixa “Tendo a Lua”; outra faixa de destaque é “Mormaço” que conta com a participação de Zé Ramalho.

 

Multishow Ao Vivo Os Paralamas do Sucesso – 30 anos foi gravado em comemoração ao aniversário da banda, em agosto de 2014, repleto de sucessos. Um show emocionante, intimista, que deixa o sabor de quero mais, afinal de contas tudo foi pensado para que o evento se tornasse especial – do lugar às imagens no telão que faziam uma retrospectiva bem dinâmica – no decorrer das músicas – da história da banda. A turnê deu origem a um documentário produzido pelo canal Bis, e conta com depoimentos de muitos amigos angariados ao londo destes 30 anos. Vida eterna aos Paralamas!

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