Rock bruto: A face do grunge

Por Marcella Matos

O cenário musical nunca mais seria o mesmo após o surgimento do grunge, e sua importância não pode ser limitada, muito menos medida, tamanho seu valor para a evolução do rock, e tudo o que se ouve hoje nas rádios.

Sua origem remonta à década de 1980, mais precisamente 1984, na qual bandas de Seattle, como Soundgarden e Green River, fundiram elementos do Punk e do Heavy metal (as guitarras do Heavy metal dos anos 70 com as letras e atitudes do punk).

Dessa mistura nasceu uma sonoridade crua, com verso suave e refrão pesado; avesso ao que se estava produzindo ao longo dos anos 80, o Glam Rock, mais popularmente conhecido como rock farofa, que tinha como característica o uso de instrumentos diversos, como sintetizadores e baterias eletrônicas; sua indumentária era recheada de cores e brilhos, com seus vocalistas que abusavam dos acessórios; sua sonoridade tinha influência da discoteca, do rock dos anos 50, o que a tornava um tanto alegre e até dançante. Em resposta a todo esse exagero, o grunge ascendeu com seu jeans rasgado, tênis e camisa de flanela (que era usada pelos lenhadores da cidade).

A banda The Melvins com sua sonoridade bem típica foi inspiração para muitas bandas de garagem, em Seattle. Assim como o Sonic Youth,    Pixies, e outras bandas do cenário alternativo.

Os principais representantes do cenário grunge são bandas como o Soundgarden (a primeira banda a assinar um contrato com uma grande gravadora), Temple of The Dog (formada em tributo ao vocalista do Mother Love Bone, Andrew Wood, na qual contava com a presença de Chris Cornell e Eddie Vedder, do soundgarden e Pearl Jam, respectivamente, além de outros músicos), Mudhoney (formada por antigos membros do Green River), Screaming Trees, Stone Temple Pilots (se lembra do vocalista do Velvet Revolver?), Tad, The Melvins, Malfunkshun, Skin Yard, The U-men, Mad Season (projeto paralelo de Layne Staley, do Alice in Chains, Barrett Martin, do Screaming Trees, Mike McCready, do Pearl Jam, e do baixista John Baker Saunders), e claro, Alice in Chains, Nirvana e Pearl Jam.

A lendária data de 24 dsetembro de 1991 foi um divisor de águas no cenário musical daquela época, já que era lançado naquela data Nevermind, do Nirvana, disco que popularizou o gênero e focalizou a atenção das grandes gravadoras e do mundo para Seattle. Grande número das bandas de Seattle assinarram contrato com uma gravadora. O selo Sub Pop foi a que mais contratou as bandas até então independentes. Apesar de terem uma gravadora, as bandas de Seattle tinham o costume de produzir, gravar e distribuir seus próprios álbuns (o que se vê muito nos dias de hoje).

 

Junkhead, do Alice in Chains

Há o documentário Hype! (1996) que fala sobre o fenômeno grunge, no qual participam artistas da cena, fãs, dentre outros personagens que fizeram sua parte na história deste estilo musical que deixou suas infinitas marcas no tempo, e nas inúmeras bandas de garagem que nascem todos os dias e já carregam este DNA do puro e simples rock and roll.

 

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